O GAÚCHO
Texto elaborado por Dari José Simi
Descendente dos conquistadores ibéricos em linha direta ou cruza com os ameríndios que habitavam a região do pampa: charruas, chanás, guenoas, yaros e minuanos. Afastado dos incipientes vilarejos, o gaúcho saiu em busca do gado selvagem, arbitrariamente, e muitas vezes, à margem das leis sancionadas pela civilização.
Descendente dos conquistadores ibéricos em linha direta ou cruza com os ameríndios que habitavam a região do pampa: charruas, chanás, guenoas, yaros e minuanos. Afastado dos incipientes vilarejos, o gaúcho saiu em busca do gado selvagem, arbitrariamente, e muitas vezes, à margem das leis sancionadas pela civilização.
Como tipo
estratificado, quem primeiro registrou a presença dos gaudérios foi
Hernandárias de Saavedra (Hernan
Arias de Saavedra, 1564-1634), quando, nos primeiros anos do século XVII, relatou
que surpreendera em terras santafesinas “gente perdida que tenia librado su
sustento en el campo”.
No Uruguai e
no sul do Rio Grande do Sul, o gaúcho começou a ser observado antes da fundação
e dos primeiros momentos da Colônia do Santíssimo Sacramento (1680). Eles se agrupavam ou se isolavam para sair a
caça dos bovinos e cavalares, reiúnos ou das estâncias missioneiras, para
comercializar esses e seus subprodutos com Buenos Aires e com os tropeiros
luso-brasileiros que demandavam às regiões mineradoras do Brasil, as Minas Gerais.
No final do
século XVI e início do XVII, há registro de que o português Gonzalo Afonso
havia aceitado para alguns trabalhos temporários, em sua colônia de Santo Amaro
(no atual Rio Grande do Sul), alguns mestiços com as características dos
primeiros gaudérios. Talvez seriam
migrantes da tribo dos índios patos (daí o nome da Lagoa dos Patos) e,
portanto, produtos de cruzamento racial.
Na Argentina
os gaúchos começaram a ser discriminados ao redor de 1750. Seu nomadismo e a pouca afeição ao
convencional fizeram com que fossem hostilizados e mantidos prudentemente
afastados do convívio dos colonos que viviam nas proximidades de Buenos Aires.
O
grande clássico argentino, Martin Fierro, resgata a figura humana dos
campeiros, numa imortal sátira escrita por José Hernandez, na década de 1870.
A integração
do gaúcho à vida nacional dos três países da região pampiana começou de forma
lenta e gradual, coincidindo com o período de suas independências do domínio
ibérico.
No aspecto
sócio/militar, vamos encontrar o gaúcho como parte integrante de todos os
movimentos que convulsionaram a Argentina, o Brasil meridional e o Uruguai,
desde as últimas décadas do século XVIII.
No Uruguai,
formaram a base do exército que garantiu para o grande caudilho nacional,
General Artigas, a segurança do épico, nos primeiros tempos das lutas pela
criação de um Estado independente, que ficou conhecido como o “êxodo do povo
oriental”.
No Rio
Grande do Sul, serviram como núcleo de cavalaria real e imperial e durante o
decênio heróico da Revolução Farroupilha foram temidos pelos adversários e louvados
por seus comandantes.
Na
Argentina, significativos contingentes foram utilizados no exército nacional,
nas campanhas de alargamento das fronteiras internas, nas guerras do ditador
Rosas e por todas as facções políticas que se digladiaram nos primeiros anos da
jovem república.
Por ocasião
da Guerras da Tríplice Aliança (Guerra do Paraguai), o General Urquiza cedeu
“10.000 homens da sua cavalaria gaucha de seu exército particular”, para o
comando direto do Presidente Mitre, na composição das forças aliadas.
Índios charruas
Foto do início do século XX
Festa campeira. Cartão postal da Argentina, 1911
Cartão postal de 1924
Gaucho da Argentina. Foto de 1868
Fazendeiro. Foto inícios do século XX
Foto do início do século XX
Prisioneiros. Foto original no
Museo de Lujan, Buenos Aires
Capa do livro de Manoel Faria Correa
Mulheres usando arreio celim, cerca de 1911.
Foto Museu Histórico de Caxias do Sul.
Foto de Samuel Boote
Capa da revista Vida Doméstica, de 1935.
General Bento Gonçalves e
General José Antônio Flores da Cunha
Rafael Pinto Bandeira
Foto de um camafeu feito em Portugal.
Única imagem conhecida de Rafael
Gaúcho primitivo
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