domingo, 1 de novembro de 2020

 

SEMBLANTES DE PIONEIROS

Poema em memória do meu amigo Antônio Canabarro Trois Filho, o Tonito,

que nos deixou recentemente, pelo tanto que amava Canoas, a sua cidade adotiva desde 1941.

Seus escritos jornalísticos, as  crônicas e poemas,  os livros, estão recheados de temas de sabor provinciano.

O Tonito foi também um pioneiro.  Quando por aqui chegou, Canoas era uma vilazinha pacata,

recem  emancipada de Gravataí.

As imagens abaixo são do Brigadeiro Rafael Pinto Bandeira, tiradas de um antigo camafeu, e de sua filha Rafaela Pinto Bandeira.

 

SEMBLANTES DE PIONEIROS

Poema de Dari José Simi

Sombras que ao tempo já pertencem

Vultos de heróicos cavaleiros,

Desfilam pela história canoense,

Semblantes de perfeitos pioneiros.

 

Nos feitos do passado é que descubro

Constelações de estrelas a passar,

Sonâmbulo viajante, vejo tudo

O que a história desta terra há de contar.

 

Arranco à insistente penedia

Os feitos dos heróis já esquecidos,

Desfilam pela longa galeria

Um  pouco da memória preterida.

 

Os nomes dessa gente, desde então

São os marcos de muitas gerações,

Perlustram com seu brilho de valentes

Guerrilheiros destes campos de Viamão.

 

Heróicos e bravos lagunenses,

Jamais o tempo há de esquecer,

Perduram,certamente, nos anais

Da memória desta terra canoense.

 

E as sesmarias vão virando estâncias,

Seguindo vales, serras e caudais.

Tropeiros percorrem longas distâncias

Prá abastecer os homens das Gerais.

 

E nesse meio de turbada era,

Pinto Bandeira requer sesmaria.

Braço de forte, vem morar na terra

Onde alçado o gado alí vivia.

 

Pinto Bandeira aqui chegou lutando

E os castelhanos não deixou chegar.

Fez o seu rancho na Estância Velha,

Marco distante veio prá fincar.

 

É dessa brava  gente de guerreiros

Que o Rio Grande precisava, então.

Homens valentes, almas de tropeiros,

Foi lentamente conquistando o chão.

 

As tropelias, guerras de fronteira,

Chantou na terra o gosto do poder.

Valentes! Bravos! Abrem a porteira,

Que o Continente começa a nascer.

 

É nesse instante que se forma aqui,

Bem no começo de uma nova era,

A então Fazenda do Gravataí,

Prá dar início à história desta terra.








quarta-feira, 28 de outubro de 2020

 

LEMBRANÇAS

Poema de Dari José Simi

Em memória de Juliano da Silva Simi

 

Passam-se os dia, passam-se as noites,

A lua prateada e o sol brilhante,

Os dias massivos e os dias chuvosos,

Suspiros alegres e dias bonitos.

 

Palavras tristes que não me dissestes,

Os deuses dos campos as recolheram

Para que a brisa suave e orvalhada

Em monumentos secretos as transformassem.

 

Nos caminhos do sol, nos caminhos da lua,

Fulgores de luzes clareando horizontes,

Que belos momentos, que doces venturas,

Alegres encantos vividos, doçuras!

 

Trazias a sorte escrita

Nas palmas das mãos.

Com grandes sorrisos,

Trazias o mundo no teu coração.

 

Perguntem porque, tão triste respondo,

As marcas do tempo profundas ficaram,

Nas doces lembranças, nos doces momentos,

Que nunca hão de passar.

 

O tempo é que dita o quanto vivemos,

O certo é que nunca ao tempo atendemos

E a vida que passa, a vida vivemos

Sem nela pensarmos o quanto ainda temos.

 

As máguas da vida o tempo apagou,

Somente lembranças agora ficou!





terça-feira, 27 de outubro de 2020

 

VELHOS TEMPOS

Poema de Dari José Simi

Desde que o tempo foi tempo

Desde que o vento foi vento

Desde que o chão foi chão

Tudo foi se consumindo, consumindo

Numa tênue bruma avoenga.

Anhangá-pitã e a teiniaguá

 Se avolumam buscando espaços,

E a  cobra grande, a boiguaçu, esvoaça

Pelos descampados e coxilhames

Espalhando fagulhas de fogo

Num rastro longo e brilhante.

Depois vem o silêncio,

O silêncio das taperas ancestrais

Desde que o tempo foi tempo

Desde que o vento foi vento

Desde que o chão foi chão.






segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

CASA BRANCA
Poema de Dari José Simi
Em memória de meus avós
Voltar ao pago um dia, que vontade!
viver as emoções de antigamente,
sentir o cheiro das manhãs douradas,
mirar o horizonte dos serros e coxilhas,
sentar à sobra da "leiteira", na cancela,
nobre figueira de galhos arqueados.
Rever a velha Casa Branca, da saudade,
lembranças que guardo desde guri,
das traquinagens que ali fazia,
correr na grama verde do potreiro,
tocar o engenho da guarapa,
sorver o leite quente da "Brazina".
A Casa Branca, agora demolida
prá dar lugar a um rancho novo,
deixou imagens que desfilam pelas sendas
e rincões avessos de minha memória,
iluminadas pelas chamas dos lampiões,
a consumirem-se no pavio do tempo velho.
Sem tua presença, marco distante,
no burburinho redomão dos meus ais,
doce lembrança, só me traz saudade,
voltar ao pago não desperta mais
os meus anseios de rever-te ao menos
por um instante...nunca mais.
Hoje cada vez que a invoco,
me vem a presença do ausente...



sábado, 8 de agosto de 2020



  AQUISIÇÕES EM 2019

Novas descobertas sobre Canoas.  Fotografei alguns documentos recentemente descobertos sobre Canoas:  - Folheto de propaganda da Sociedade Territorial São Carlos, responsável pelo loteamento do Bairro Mathias Velho, em 1954; Álbum com 16 fotos de cenas de Canoas em 1910; Duas fotos tiradas no salão da Igreja São Cristóvão, Igara, por ocasião da entrega de certificados do curso de Corte e Costura – aparecem nas fotos Pedro Biazus, ao fundo Afonso Charlier, a vereadora Lina Plentz Alves e a aluna Elizabete Amaral da Silva; também fotografei, frente e verso de um chaveirinho da Câmara de Vereadores de Canoas, onde consta o nome da vereadora Lina P. Alves, entre outros.

Folheto da Sociedade São Carlos
 loteadora do bairro Mathias Velho em 1954.

Álbum com 16 fotos 



Pedro Biazus, Lina Plentz Alves, Afonso Charlier e Elizabete Amaral da Silva.
Salão da Igreja São Cristóvão, Igara. Curso de Corte e Costura.


Chaveiro
Vereadores da 7ª Legislatura
de Canoas, RS. Verso do chaveirinho
da Câmara Municipal de Canoas.

FOTOS DE OBJETOS ANTIGOS COMPRADOS EM 2019