segunda-feira, 26 de outubro de 2020

 

CASA BRANCA
Poema de Dari José Simi
Em memória de meus avós
Voltar ao pago um dia, que vontade!
viver as emoções de antigamente,
sentir o cheiro das manhãs douradas,
mirar o horizonte dos serros e coxilhas,
sentar à sobra da "leiteira", na cancela,
nobre figueira de galhos arqueados.
Rever a velha Casa Branca, da saudade,
lembranças que guardo desde guri,
das traquinagens que ali fazia,
correr na grama verde do potreiro,
tocar o engenho da guarapa,
sorver o leite quente da "Brazina".
A Casa Branca, agora demolida
prá dar lugar a um rancho novo,
deixou imagens que desfilam pelas sendas
e rincões avessos de minha memória,
iluminadas pelas chamas dos lampiões,
a consumirem-se no pavio do tempo velho.
Sem tua presença, marco distante,
no burburinho redomão dos meus ais,
doce lembrança, só me traz saudade,
voltar ao pago não desperta mais
os meus anseios de rever-te ao menos
por um instante...nunca mais.
Hoje cada vez que a invoco,
me vem a presença do ausente...



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