terça-feira, 27 de outubro de 2020

 

VELHOS TEMPOS

Poema de Dari José Simi

Desde que o tempo foi tempo

Desde que o vento foi vento

Desde que o chão foi chão

Tudo foi se consumindo, consumindo

Numa tênue bruma avoenga.

Anhangá-pitã e a teiniaguá

 Se avolumam buscando espaços,

E a  cobra grande, a boiguaçu, esvoaça

Pelos descampados e coxilhames

Espalhando fagulhas de fogo

Num rastro longo e brilhante.

Depois vem o silêncio,

O silêncio das taperas ancestrais

Desde que o tempo foi tempo

Desde que o vento foi vento

Desde que o chão foi chão.






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