VELHOS TEMPOS
Poema de Dari José Simi
Desde que o tempo foi tempo
Desde que o vento foi vento
Desde que o chão foi chão
Tudo foi se consumindo, consumindo
Numa tênue bruma avoenga.
Anhangá-pitã e a teiniaguá
Se avolumam buscando espaços,
E a cobra grande, a boiguaçu, esvoaça
Pelos descampados e coxilhames
Espalhando fagulhas de fogo
Num rastro longo e brilhante.
Depois vem o silêncio,
O silêncio das taperas ancestrais
Desde que o tempo foi tempo
Desde que o vento foi vento
Desde que o chão foi chão.
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