domingo, 30 de maio de 2021

 


Revolução Farroupilha

 

Relato de Felicíssimo de Azevedo (1823-1905) documenta início da Revolução Farroupilha em Porto Alegre.  O documento original está guardado no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul.

Transcrição literal do documento:

“Começou a revolução na noite de 19 de setembro de 1835.

Havião boatos desde muitos dias espalhados de que se preparava um movimento para destituir o Presidente Braga.

Foi encarregado, pelo presidente, o Major Visconde de Camamú de vigiar os subúrbios da Capital. Para esse fim dispunha ella de um Esquadrão de Cavalaria da Guarda Nacional, composto em grande parte de empregados públicos e alguns homens do comércio. Havia também um Batalhão de Infantaria da mesma Guarda, comandado pelo Tenente-coronel Silvano José Monteiro de Araújo e Paula, com o qual não se podia contar por ser este em sua totalidade, aderente ao partido da revolução.

Como de costume, sahio o Visconde de Camamú com o seu esquadrão a percorrer os arrabaldes.

Erão  11 horas da noite de 19 de setembro, quando transpondo a Ponte d’Azenha esbarrou-se com a força de Onofre, em número de 60 homens que ali aguardava. Ao grito de “carga” o esquadrão de Camamú disparou com seu comandante à frente; perseguidos até a cidade forão  três ou quatro feridos sendo um delles o comandante Camamú, morrendo uma guarda cujo nome não recordo; reconhecido pela alcunha de Prosódio, o qual foi imediatamente enterrado no entro da Várzea.”


domingo, 16 de maio de 2021

 FOTOGRAFIA INÉDITA


O cantor gaúcho José Mendes  entre os trovadores João Décio Fergutz, a esquerda, e Luiz Müller, a direita.





 

quarta-feira, 12 de maio de 2021

 

O AUTOR E EDITOR DO ALMANAQUE LITERÁRIO E ESTATÍSTICO DO RIO GRANDE DO SUL

Editado anualmente por Alfredo Ferreira Rodrigues, em Pelotas e Rio Grande: Typographia da Livraria Americana, de Carlos Pinto & Cia., entre os anos  de 1889 até 1917. Foram 29 edições.

Destinava-se à divulgação cultural, literária e de entretenimento do público leitor em geral, servindo à difusão da leitura .  Continha, entre outros assuntos de interesse da época, calendários, estatísticas, biografias, charadas, poesias e ensaios históricos.

Alfredo Ferreira Rodrigues, nasceu no dia 12 de setembro de 1865, no distrito de Povo Novo, município de Rio Grande, faleceu em Pelotas no dia 8 de março de 1942, com 77 anos.

Exerceu ao longo da vida várias atividades, como professor, comerciante, industrialista e viajante comercial.

Em plena juventude revelou seu apurado gosto pela literatura. Foi revisor da Livraria Americana, em Pelotas, em 1887, e gerente da mesma até 1910.

Mais tarde, em Pelotas, foi redator do jornal A PENA; do jornal A PÁTRIA e redator de O NACIONAL.

Alfredo Ferreira Rodrigues foi pesquisador, ensaísta, historiador da Revolução Farroupilha, cronista, poeta, jornalista, biógrafo, tradutor, folclorista e poeta.

No ano de 1901, foi co-fundador da Academia Rio-Grandense de Letras, e desde o início ocupou a Cadeira de n° 21, que a honrou e a engrandeceu sobremaneira.

Pelo seu generoso e profundo espírito associativo integrou a várias entidades de caráter cultural.

Todos os que se dedicam à historiografia sul-rio-grandense encontram dados preciosos nas obras do Dr. Alfredo Ferreira Rodrigues. Pesquisou com paciência beneditina, arquivos, jornais, manuscritos, documentos epistolares, livros, tornando público o resultado da garimpagem e interpretação desse manancial analisado. E tudo ele publicou, até 1917, no seu Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul, tornando-se uma coleção valiosa e imperecível.

Por devotar permanente amor e acatamento à sua terra natal, Rio Grande, foi o maior incentivador da iniciativa para edificar um monumento que levasse à posteridade o general Bento Gonçalves da Silva. E lá está a escultura como perene lembrança às gerações que se sucedem no cadinho da vida e da História.

Com verdadeiro devotamento à causa da cultura, elaborou inúmeras biografias de célebres vultos do nosso passado, quer na política, quer na história, quer na intelectualidade, contribuindo, assim, decisivamente no resgate dos fatos, dos homens e dos acontecimentos e, como tal, deixou um legado convincente e duradouro.

 Seu imenso acervo histórico-cultural, encontra-se hoje no Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul, que permanecerá como testemunho vivo ao longo do tempo e para o deleite de todos quantos amam sua terra, sua gente, sua história.

Em Rio Grande foi erguido um busto, inaugurado a 12 de setembro de 1965, em homenagem ao transcurso do seu centenário de nascimento.

Do Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande do Sul, possuímos alguns exemplares em nossa biblioteca.