NELSON CARDOSO E “O TEMPO E O VENTO” DE ÉRICO VERÍSSIMO
Pesquisa de Dari J. Simi
Guardo em meu acervo um documento precioso, são mais de 200 páginas do roteiro de “O tempo e o Vento”, adaptação e realização de Nelson Cardoso, da obra de Érico Veríssimo, para a extinta TV Piratini, canal 5, dos anos 1960.
O que quero aqui não é falar do “O Tempo e o Vento” e sim de Nelson Cardoso, famoso radialista gaúcho da Rádio Farroupilha de Porto Alegre. Nasceu em Porto Alegre em 7 de dezembro de 1926. Formou-se em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Seu primeiro trabalho na área radiofônica foi como redator comercial da Rádio Farroupilha, que era dirigida na época por Manoel Braga Gastal. Nelson Cardoso trabalhava então escrevendo propagandas dos patrocinadores da rádio. Foi o idealizador e escritor da Banca de sapateiro levado ao ar em torno do meio dia na Rádio Farroupilha de Porto Alegre nos anos 50 e 60.
O primeiro programa de Nelson Cardoso foi o "Sinos da Tarde", em 1947, que era transmitido diariamente, ao final do dia, e tinha como som característico um som de sinos batendo. Esse programa foi inspirado em outro famoso programa da época, o "Ave Maria". Com o sucesso do programa, Nelson Cardoso tornou-se um dos locutores oficiais da rádio.
Nelson Cardoso faleceu em 7 de agosto de 2006.
Não encontrei material de divulgação sobre “O Tempo e o Vento” de Nelson Cardoso.
Para ilustrar este texto acrescento algumas fotos do meu acervo sobre “O Tempo e o Vento” da minisérie da Rede Globo e capas das primeiras edições da obra de Érico Veríssimo.
Em memória de Nelson Cardoso - Jayme Copstein
“Foi nosso colega Felipe Vieira, da Band, que me ligou para dar a notícia, no fim da tarde. Havia falecido Nelson Cardoso, um dos grandes nomes do rádio antigo e pioneiro da televisão no Rio Grande do Sul.
Instantaneamente me vieram à lembrança cenas daquele passado distante, na metade final dos anos 40, quando ambos, pouco mais que meninos, começávamos nossa carreira em Porto Alegre, escrevendo programas para a Rádio Farroupilha, cujo prefixo, então, era PRH.2. Logo em seguida, Nelson Cardoso projetou seu nome como criador e redator de coisas inesquecíveis, como Banca de Sapateiro, Qual o nome desta mulher, Páginas da Vida e mais uma infinidades de outras obras primas.
Seu personagem mais popular foi o sapateiro da banca, criado inicialmente por Walter Ferreira e depois continuado até o fim por Walter Broda, tendo o contra-ponto de Pinguinho e Alda Cotrim, sucedida mais tarde por Marisa Fernanda, na pele da dengosa dona Clarinda. Mas se essas foram as figuras mais marcantes do seu repertório, Nelson Cardoso criou também bordões que se perpetuaram, como “trabalhas na casa? Descontas INPS?” Ou então, o gostoso “fritador de bolinhos em caçarola de matéria plástica”, para fustigar políticos demagogos, cujo discurso cheio de voltas não quer dizer coisíssima alguma.
Os despojos de Nelson Cardoso foram cremados, e isso é da contingência humana. Mas a sua contribuição para um rádio e uma televisão que divertisse, entretivesse e instruísse os ouvintes e telespectadores ficará para sempre.”
“Foi nosso colega Felipe Vieira, da Band, que me ligou para dar a notícia, no fim da tarde. Havia falecido Nelson Cardoso, um dos grandes nomes do rádio antigo e pioneiro da televisão no Rio Grande do Sul.
Instantaneamente me vieram à lembrança cenas daquele passado distante, na metade final dos anos 40, quando ambos, pouco mais que meninos, começávamos nossa carreira em Porto Alegre, escrevendo programas para a Rádio Farroupilha, cujo prefixo, então, era PRH.2. Logo em seguida, Nelson Cardoso projetou seu nome como criador e redator de coisas inesquecíveis, como Banca de Sapateiro, Qual o nome desta mulher, Páginas da Vida e mais uma infinidades de outras obras primas.
Seu personagem mais popular foi o sapateiro da banca, criado inicialmente por Walter Ferreira e depois continuado até o fim por Walter Broda, tendo o contra-ponto de Pinguinho e Alda Cotrim, sucedida mais tarde por Marisa Fernanda, na pele da dengosa dona Clarinda. Mas se essas foram as figuras mais marcantes do seu repertório, Nelson Cardoso criou também bordões que se perpetuaram, como “trabalhas na casa? Descontas INPS?” Ou então, o gostoso “fritador de bolinhos em caçarola de matéria plástica”, para fustigar políticos demagogos, cujo discurso cheio de voltas não quer dizer coisíssima alguma.
Os despojos de Nelson Cardoso foram cremados, e isso é da contingência humana. Mas a sua contribuição para um rádio e uma televisão que divertisse, entretivesse e instruísse os ouvintes e telespectadores ficará para sempre.”
Nelson Cardoso em foto de 1958
Originais de "O Tempo e o Vento",
adaptação de Nelson Cardosos
Foto da mini-série O Tempo e o Vento, da Rede Globo.
Tarcisio Meira, Louisa Cardoso e Gilda Sarmento.
Foto da mini-série O Tempo e o Vento, da Rede Globo.
Tarcisio Meira, Gilda Sarmento e Edith Siqueira.
Mário Lago na mini-série O Tempo e o Vento, da Rede Globo.
Capa de O Tempo e o Vento,
I O Continente, 1949.
Capa de O Tempo e o Vento,
O Retrato, 1951, de Érico Veríssimo.
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