terça-feira, 27 de março de 2018




JORNAIS FARROUPILHAS

Pesquisa de Dari J. Simi



Três foram os jornais publicados pelos republicanos farroupilhas: O Povo; O Americano e Estrella do Sul.  Todos de vida efêmera. O mais longo foi O Povo, com 160 edições. Após veio o jornal O Americano com apenas 36 edições e o mais curto foi o Estrella do Sul, com apenas 3 edições conhecidas. O Museu Julio de Castilhos, de Porto Alegre, publicou, em 1930, todas as edições completas do três jornais farroupilhas, em dois volumes. No 1º volume, todas as edições de O Povo e no 2º volume os jornais O Americano; Estrella do Sul e também o jornal O Mensageiro, editado em Porto Alegre pelos imperialistas do Rio Grande do Sul para publicação de seus atos oficiais. Ainda no mesmo volume foi acrescentado cópia da Constituição da República Rio-Grandense.

O POVO ( 1838-1839 ) – Jornal político, literário e ministerial da República Rio-Grandense. Para sustentar a obra da República Rio-Grandense, proclamada em meio à Revolução Farroupilha, o governo revolucionário promoveu a edição de um jornal, O Povo, cuja primeira edição veio a público em 1º de setembro de 1838 na cidade de Piratini, a primeira capital farroupilha. O jornal, cujo editor era o italiano Luigi Rossetti e redator Domingos José de Almeida, circulava às quartas-feiras e sábados. A partir de 6 de março do ano seguinte, com a transferência da capital farroupilha para Caçapava, O Povo passou a ser editado nessa cidade. Após a morte de Rossetti, num combate em Viamão, o encargo de editor passou para outro italiano, João Baptista Cuneo. Um ataque dos imperiais a Caçapava destruiu o maquinário da tipografia, pondo fim ao  jornal em 1839. O jornal chegou a 160 edições.



O AMERICANO (1842-1843) – Jornal oficial da República Rio-Grandense.  Surgiu em Alegrete, terceira capital farroupilha,  quando ali foi instalado o governo revolucionário. Era uma folha de combate, bem feita, publicava magníficos artigos editoriais. A sua publicação coincidiu com o funcionamento da Assembléia Constituinte e as atas das sessões do conclave de que saiu a Constituição da República Rio-Grandense. Teve 36 edições.




ESTRELLA DO SUL (1843) -  O Americano foi substituído pela Estrella do Sul, jornal farroupilha que teve pouca duração. Não se conhecem mais do que três edições, todas do ano de 1843.



Livro contendo cópias de jornais
 do período farroupilha

Livro com biografia de Luiz Rossetti, 
o editor do jornal O Povo



sexta-feira, 23 de março de 2018

 Relíquias Gaúchas 

O museu é um grande promotor de desenvolvimento do homem, pois retrata a sua diversidade e a variedade da gama de possibilidades da civilização representada pela cultura material depositada no seu acervo.
Conforme definição do Conselho Internacional de Museus - ICOM, o museu:
"é uma instituição permanente, aberta ao público, sem fins lucrativos, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, que adquire, conserva, pesquisa, expõe e divulga as evidências materiais e os bens representativos do homem e da natureza, com a finalidade de promover o conhecimento, a educação e o lazer."
Clic nas imagens para ampliá-las.

























quinta-feira, 22 de março de 2018




CRATERA DE IMPACTO DO CERRO DO JARAU, RS, BRASIL
Pesquisa de Dari José Simi
Crateras de impacto por meteoritos são formações raras no planeta e de extrema importância para o conhecimento da evolução geológico e biológica da Terra por se tratarem de eventos catastróficos que causaram extinções em massa e movimentaram camadas geológicas. No Brasil sete crateras de impacto estão cientificamente comprovadas, dentre estas, quatro já classificadas como possíveis sítios geológicos.
O Cerro do Jarau está localizado no sudoeste do Estado do Rio Grande do Sul, no município de Quarai, quase na divisa com a República Oriental do Uruguai e se insere no contexto geológico da Bacia do Paraná. Trata-se de uma feição semicircular de aproximadamente oito quilômetros de diâmetro, com cristas elevadas, que se diferenciam geomorfologicamente do Pampa Gaúcho.
Diversos estudos científicos ressaltam o padrão de uma estrutura com o centro soerguido, com a ocorrência de arenitos da Formação Botucatu no centro e basaltos da Formação Serra Geral na borda, sendo levantada a suspeita de se tratar de uma estrutura causada por impacto de meteorito.
Estudos mais recentes chegaram a conclusão que a estrutura é uma cratera de impacto e que apresenta feições de deformação nas diversas unidades que afloram no local.
As imagens que postamos são todas tiradas da internet. Utilizamos, para comparação, uma imagem da cratera de impacto da Serra da Cangalha, no Estado do Tocantins.
Estive visitando o cerro do Jarau há alguns anos. Meu interesse na época era a história. Trouxe para minha coleção de minerais alguns fragmentos de rocha que aparentam serem geradas a temperaturas e pressões altíssimas. Pouca gente sabe que o Jarau é uma cratera de impacto de meteorito, fato ocorrido há muitos milhões de anos. Os estudos são ainda muito recentes. O assunto me despertou quando iniciei um estudo sobre os meteoritos que caíram no Rio Grande do Sul. O trabalho de pesquisa encontra-se em meu blog "Minerais e Fósseis RGS".
O Jarau é mais conhecido como cerro histórico/lendário. A Salamanca do Jarau, que João Simões Lopes Neto escreveu e divulgou em seu livro "Lendas do Sul", contribuiu para a divulgação da famosa lenda do Jarau, contada por Blau Nunes - da princesa moura que anhangá-pitã a transformou em Teiniaguá (lagartixa com cabeça de fogo). Para escrever a lenda, Simões Lopes Neto consultou autores mais antigos que trataram do assunto. Isto é pouco conhecido e divulgado. Entre eles, o mais importante foi o argentino Daniel Granada que estudou as antigas lendas originárias da Espanha e as publicou em seu livro, hoje muito raro, "Reseña histórico-descriptiva de antiguas y modernas supersticiones del Rio de la Plata", obra publicada em Montevideo em 1896.
Entre outras lendas, Granada estuda toda a origem das Salamancas (furnas encantadas). Na página 126 Granada diz "En la salamanca de los cerros de Yarao mora el Teyuyaguá. De allí salió la vez primera que ojos humanos contemplaron maravillados el peregrino resplandor que le hermosea."

Cratera de impacto do Cerro do Jarau, imagem de satélite

Cerro do Jarau, imagem de satélite

Cratera de impacto da Serra da Cangalha, 
Estado do Tocantins, imagem de satélite

Marco na entrada do Jarau

Cerro do Jarau



APARÍCIO SARAIVA

Pesquisa de Dari J. Simi

Aparício Saraiva ou Saravia (1856-1904) como era conhecido no Uruguai, foi político, militar, estancieiro e caudilho do Partido Blanco do Uruguai. Nasceu na estância de seu pai, o brasileiro Francisco Saraiva, no Departamento de Cerro Largo, Uruguai, a 16 de agosto de 1856 e faleceu em Santana do Livramento, RS, Brasil, a 10 de setembro de 1904. Em 1893, Aparício entrou no Rio Grande do Sul com uma tropa de quatrocentos homens, juntando-se com seu irmão Gumercindo Saraiva. Fato que deu início a Revolução Federalista no RS. Com a morte de Gumercindo em 1894, Aparício tornou-se general das tropas federalistas e ao final da revolução, em 1895, retornou ao Uruguai com grande prestígio. Comandou a Guerra de 1904, no Uruguai e na batalha de Masoller foi ferido mortalmente. As fotos que aqui divulgamos são cópias que pertencem ao Museu das Relíquias Gaúchas, administrado por Dari José Simi.


Morte de Aparicio Saraiva




Aparício Saraiva



Aparício Saraiva



Armamento tomado por Aparício Saraiva 
ao exército uruguaio, em 1904





Da esquerda, de pé - Arthur Maciel, Estácio Azambuja e Domingos Ribas.
Sentados - Colares Brasil, Aparicio Saraiva, Gumercindo Saraiva e Cesário Saraiva.
Foto de 13 de outubro de 1893, em Passo Fundo, RS.


Gumercindo Saraiva, irmão de Aparício Saraiva

Gumercindo Saraiva, irmão de Aparício

Gumercindo Saráiva





Falecimento de José Ribeiro Fontes

Faleceu no último dia 7 deste mês de fevereiro de 2018 o meu amigo José Ribeiro Fontes. Como homenagem, quero divulgar aos amigos algumas notas biográficas do José Fontes que publiquei no meu livro Intelectuais Canoenses.
 "Natural de Morretes, localidade do atual município de Nova Santa Rita.
Pseudônimo: Zé dos Anjos. Jornalista, radialista, ator, dramaturgo e contista. Proprietário do jornal “Canoas Shopping/Jornal da Cidade”. Assessor de imprensa da Emater. Iniciou no jornalismo em 1956, em Canoas, com o “Boletim Informativo” - 1952 - do qual era proprietário juntamente com Mauro Ferreira Marques e Mário da Silva Collares, e que em 1959 transformou-se no jornal “Gazeta de Notícias”. Publicou em Canoas os seguintes periódicos: Cine Show - 1965 - Opinião Pública - 1968 - Canoas em Foco - 1969 - Interclubes Revista da Cidade e Jornal da Cidade - 1979-82. Escreveu para o jornal Zero Hora, de Porto Alegre. Foi redator das rádios Gaúcha, Farroupilha, Itaí, Difusora, hoje Bandeirantes. Colaborou para o jornal “O Timoneiro”. Foi editor do “Jornal Radar” e “Folha da Indústria e Comércio” - 1984. Autor de mais de 500 peças teatrais para a rádio Difusora, levadas ao ar no programa “A vida é assim”. Na rádio Farroupilha participou das novelas “O direito de nascer” e “A cabana do pai Thomas”. Atuou nos programas “Aconteceu” da rádio Itaí e “Campeonato em três tempos”, na rádio Gaúcha. Participou de “Uma lenda de Natal”, primeiro programa do canal 12. Representou, em 1964, no “Teleteatro”, juntamente com Antônio Jesus Pfeil. Fez os programas humorísticos, dirigidos por Carlos Nobre: “A banda do sapateiro” e “Comando Albatroz”. Redigiu para o programa “Quem conta um conto” - 1966. Sua grande paixão é o teatro. Em 1962, estreou seu texto “Uma pequena rosa entre os cabelos” com Jorge Morais e Nilton Leal no elenco. Escreveu as seguintes peças teatrais: A herança dos homens; O sermão do asfalto; Vende-se um vestido de noiva e Cantiga que vem do mar ou Réquiem para uma sereia. Como ator participou de “João Cruzeiro” de Antônio Augusto Fagundes com direção de Pereira Dias e “Chico da Favela 13” de Wilson Roberto Gomes. Fez parte do elenco do primeiro filme de ficção realizado em Canoas, “O sonho do pedreiro” de Antônio Jesus Pfeil. O romance do escritor francês Georges Bernanos, “Mouchete”, foi adaptado por José Fontes para uma peça teatral, “Os homens de pedra,” e serviu de tema para um filme de Robert Bresson. A produção literária de José Fontes encontra-se esparsa nos jornais de Canoas e da Capital.
Bibliografia de José Fontes:
O presídio que está faltando. Crônica. O Timoneiro, Canoas. 08 maio 1968. Publicada em “Cronistas de ontem e de hoje-1”. Canoas: Tróis Editor, 1994. p.12; O circo. Crônica. Revista Interclubes, Canoas, dez. 1977. Publicada em “Cronistas de ontem e de hoje - 2”, Canoas: Tróis Editor, 1995. p.10." (Do livro "Intelectuais Canoenses", de Dari José Simi. Canoas, 2000).
Guardo com muito carinho o "santinho" que ele me deu quando de sua campanha para vereador de Canoas.



José Ribeiro Fontes e filha