Museu
Julio de Castilhos
Estive visitando, recentemente, o Museu Julio de Castilhos, um
dos maiores e mais antigo dos museus históricos do Rio Grande do Sul. Seu
acervo é muito grande, porem, somente uma parte está exposta. Abaixo vai um
pequeno histórico do museu contando a sua origem, formação e aspectos atuais
com algumas fotos que tirei.
O
prédio principal do Museu Julio de Castilhos, de número 1231, na rua Duque de
Caxias, em Porto Alegre, é um destacado modelo de residência urbana
aristocrática do século XIX. Foi construído em 1887, com projeto do coronel de
engenheiros Catão Augusto dos Santos Roxo, herói da Guerra do Paraguai, para
ser sua residência.
Em 1897 foi aberta uma subscrição entre os membros do
Partido Republicano Rio-Grandense (PRR) para adquirir o palacete para morada de
seu presidente, Júlio de Castilhos, ex-presidente do estado, que passou a
ocupá-lo, com sua esposa Honorina e seus seis filhos, entre 1898 e 1903, data
de sua morte.
Após o falecimento da viúva, em 1905, o prédio foi comprado
pelo governo do estado, e para lá foi transferido o acervo do museu. Em sua
memória foi mantida uma sala, reconstituindo o antigo dormitório do casal e seu
gabinete.
Em 1909 a casa foi reformada para adaptá-la às atividades
museais. Em 1925 foram construídas duas salas no pavimento superior, e entre
1968 a 1973 realizaram-se obras no telhado, forro, assoalho e nas redes
hidráulica e elétrica, sendo reaberto a tempo de comemorar os seus 70 anos.
Em 1980 o governo adquiriu a casa vizinha, número 1205,
construída entre 1917 e 1918, a fim de que os espaços expositivos do museu
pudessem ser ampliados. As reformas de adaptação terminaram em 1996. A casa
anexa foi moradia de outro ex-governante do estado, Borges de Medeiros,
seguidor de Julio de Castilhos. No ano seguinte o casarão principal passou por
nova restauração no telhado e no forro. Ambos os prédios foram tombados pelo
Patrimônio Estadual, em 1982. Outras obras de manutenção da sua estrutura,
revitalização dos seus espaços internos e reorganização da museografia foram
executadas em 2007.
Houve tentativas anteriores de criar um museu no Rio Grande
do Sul. Um deles funcionou junto ao Instituto Histórico e Geográfico da
Província de São Pedro (IHGSP), fundado em 1860, extinto em 1863, e que criou
um museu em 1862. Além disso um decreto estadual de 17 de dezembro de 1885
previa a criação de um museu estadual, o que aparentemente não ocorreu.
O Museu do Estado foi finalmente criado em 30 de janeiro de
1903, por decreto de Borges de Medeiros, então presidente do estado, como museu
antropológico, artístico e histórico, para abrigar objetos que vinham sendo
coletados desde 1901 e estavam depositados nos pavilhões construídos para a 1ª
Exposição Agropecuária e Industrial do estado, que aconteceu no atual Parque da
Redenção.
Seu primeiro diretor foi Francisco Rodolfo Simch, dirigindo
até 1925, com um intervalo entre 1919 e 1922, quando assumiu interinamente Hugo
Debiasi. Em 1905 o museu foi transferido para a casa de Júlio de Castilhos, e
em 1907 renomeado Museu Júlio de Castilhos, quando passa a servir funções
celebrativas ao político.
Constituído de quatro seções: zoologia e botânica;
mineralogia, geologia e paleontologia; antropologia e etnografia; e a seção de
ciências, artes e documentos históricos. O museu permanecia a maior parte do
tempo com suas portas fechadas ao público, recebendo somente pesquisadores,
fornecendo pareceres técnicos, principalmente à Secretaria de Obras do Estado,
ao qual era vinculado.
Até a década de 1920 pode ser enquadrado na categoria de
Museu de História Natural. Em 1925 foi desligado do Serviço Geológico e
Mineralógico da Secretaria de Obras, passando à tutela da Secretaria do Interior.
Sob a direção de Dante de Laytano, em 1954, os objetivos do
museu foram redefinidos, passando a museu histórico, priorizando o folclore e o
estudo das tradições. Assim, desvincula-se do Arquivo Histórico do Rio Grande
do Sul, e desmembra suas coleções de história natural e arte moderna, dando
origem ao Museu de Ciências Naturais e ao Museu de Arte do Rio Grande do Sul,
criados no mesmo ano.
Em 2004 iniciou um projeto de informatização do catálogo de
sua coleção, facilitando o acesso das informações a pesquisadores, público
interessado e à própria equipe da casa. Em 2005 a instituição recebeu verbas do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a instalação
de um completo sistema de segurança interno, com câmeras de vídeo, monitores e
sensores anti-furto.
O acervo do museu é voltado para a preservação e divulgação
de materiais de várias épocas e locais importantes para a história do Rio
Grande do Sul, democratizando o conhecimento e possibilitando a formação de
visões críticas sobre a história local. As mais de dez mil peças, tombadas pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), se agrupam em
uma ampla variedade de categorias, como iconografia, armaria, documentos,
filatelia, heráldica, elementos das culturas indígenas, indumentária,
instrumentos musicais, instrumentos de trabalho, máquinas, medalhas, peças de
arte missioneira, mobiliário, numismática, objetos decorativos, objetos de uso
pessoal, objetos ligados à Revolução Farroupilha e à Guerra do Paraguai,
sigilografia, tesserologia, utensílios domésticos e viaturas.
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