terça-feira, 1 de maio de 2018





A BATALHA DO PASSO DO ROSÁRIO


Pesquisa de Dari José Simi
O nosso Rio Grande do Sul esteve, em seus primórdios e até inícios do século XX, em constantes lutas pelo domínio do seu território, por questões políticas ou econômicas. Foram muitos os heróis, entre os conhecidos que a história registrou e os que ficaram no anonimato, os que deram a sua vida pela glória de sua pátria. Batalhas infindáveis, graças aos historiadores que as estudaram e publicaram em livros, hoje temos a oportunidade de conhecer e dizer - obrigado rio-grandenses ilustres  - que nos legaram este Estado maravilhoso. Não trago aqui a história da Batalha do Passo do Rosário, apenas uma referência a ela.
No ano de 1816 o exército português/brasileiro invadiu a Banda Oriental (território da atual República Oriental do Uruguai), derrotando  o general José Gervasio Artigas e ocupando-a completamente. Porém, foi só no ano de 1825 que o Império Brasileiro, no governo do Imperador Dom Pedro I, anexou o território da Banda Oriental ao do Brasil, com o nome de Província Cisplatina. A  população espanhola nunca aceitou a dominação. No mesmo ano de 1825 uma assembléia declarou a  Cisplatina independente do Brasil e a anexou às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina).  O Brasil declarou guerra às Províncias Unidas do Rio da Prata.
Essa história é muito longa, porém, meu propósito, aqui , é dizer que houve uma grande batalha naquele conflito, a Batalha do Passo do Rosário, chamada pelos argentinos de Ituzaingó, ou mais precisamente, falar de um livro que temos em nossa biblioteca sobre a história da Batalha do Passo do Rosário, publicado em 1922, 387 páginas, com muitos mapas e fotos de personagens envolvidos no conflito, escrito pelo General Tasso Fragoso.  Sem dúvida, o melhor livro até hoje escrito sobre aquela batalha, que deu-se em território do Rio Grande do Sul, próximo à cidade de Rosário do Sul, em 20 de fevereiro de 1827.  Não houve vitoriosos, nem foi o fim do conflito entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina e Uruguai atuais).
De todo o envolvimento entre Brasil, Banda Oriental e Províncias Unidas do Rio da Prata, resultou que a Banda Oriental  tornou-se uma nação independente, em 1828, pelo Tratado de Montevideo, com o nome de República Oriental do Uruguai.
Capa do livro

Um pouco do autor do livro A Batalha do Passo do Rosário, tirado do : Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001:
  Augusto Tasso Fragoso nasceu em São Luís, Maranhão, em 1869 e faleceu no Rio de Janeiro em  1945.
Militar, ainda jovem travou conhecimento, no Rio de Janeiro, com as idéias positivistas divulgadas por Benjamin Constant e participou da operação militar que instaurou o regime republicano no país em 1889. Eleito, contra a sua vontade, deputado à Assembléia Nacional Constituinte em 1890 pelo Maranhão, renunciou ao mandado sem tomar parte de qualquer sessão parlamentar.
Em novembro de 1891 recusou o convite do presidente Floriano Peixoto para assumir a Prefeitura do Distrito Federal. Aceitou, no entanto, a chefia do Departamento de Obras e Viação Geral daquela prefeitura, exercendo o cargo até o mês de abril do ano seguinte.
Em 1893, participou da repressão à Revolta da Armada, que pretendia derrubar o governo de Floriano Peixoto. Anos depois, em 1908, viajou à Europa como membro do estado-maior do ministro da Guerra Hermes da Fonseca. Em 1914 foi nomeado chefe da Casa Militar pelo presidente Venceslau Brás, permanecendo nessa função até 1917. Nesse período, desempenhou papel importante na implantação do serviço militar obrigatório e na remodelação do Exército.
Em 1918 chegou ao generalato. Foi designado, em 1922, para participar dos inquéritos instaurados pelo governo para apurar responsabilidades sobre o levante do Forte de Copacabana, que deu início às revoltas tenentistas que marcaram aquela década. Em novembro desse mesmo ano, foi designado chefe do Estado-Maior do Exército (EME), onde destacou-se no processo de remodelação do Exército orientada por uma missão militar francesa. Exonerou-se da chefia do EME em 1929 por discordar do alijamento do órgão das decisões relativas à reestruturação do ensino militar no país.
Até então exclusivamente dedicado à sua carreira profissional e distante das lutas políticas, Tasso Fragoso recusou convite para participar da Revolução de 1930. O desenrolar dos fatos favorável aos revolucionários acabou, porém, por fazê-lo aceitar a sugestão do general Mena Barreto que propunha o seu nome para, na condição de oficial da ativa mais antigo do país, assumir o comando da operação militar destinada a afastar o presidente Washington Luís. Em seguida, junto com o próprio general Mena Barreto e com o contra-almirante Isaías de Noronha, fez parte da junta governativa que substituiu o presidente deposto e, após certa relutância, transferiu o poder a Getúlio Vargas, comandante das forças revolucionárias.
Em março de 1931, voltou à chefia do EME. Participou, então, do combate à Revolução Constitucionalista de 1932, mas, por considerar-se alijado das decisões mais importantes dessa campanha, voltou a demitir-se da chefia daquele órgão. Em abril de 1933, foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM), função que exerceu até 1938, quando aposentou-se compulsoriamente por limite de idade.
Morreu no Rio de Janeiro, em 1945.


Folha de rosto

Autógrafo de Tasso Fragosos


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