A BATALHA DO PASSO DO ROSÁRIO
Pesquisa de Dari José
Simi
O nosso Rio Grande do Sul
esteve, em seus primórdios e até inícios do século XX, em constantes lutas pelo
domínio do seu território, por questões políticas ou econômicas. Foram muitos
os heróis, entre os conhecidos que a história registrou e os que ficaram no
anonimato, os que deram a sua vida pela glória de sua pátria. Batalhas
infindáveis, graças aos historiadores que as estudaram e publicaram em livros, hoje
temos a oportunidade de conhecer e dizer - obrigado rio-grandenses ilustres - que nos legaram este Estado maravilhoso. Não
trago aqui a história da Batalha do Passo do Rosário, apenas uma referência a
ela.
No ano de 1816 o exército
português/brasileiro invadiu a Banda Oriental (território da atual República
Oriental do Uruguai), derrotando o
general José Gervasio Artigas e ocupando-a completamente. Porém, foi só no ano
de 1825 que o Império Brasileiro, no governo do Imperador Dom Pedro I, anexou o
território da Banda Oriental ao do Brasil, com o nome de Província Cisplatina.
A população espanhola nunca aceitou a
dominação. No mesmo ano de 1825 uma assembléia declarou a Cisplatina independente do Brasil e a anexou
às Províncias Unidas do Rio da Prata (atual Argentina). O Brasil declarou guerra às Províncias Unidas
do Rio da Prata.
Essa história é muito
longa, porém, meu propósito, aqui , é dizer que houve uma grande batalha naquele
conflito, a Batalha do Passo do Rosário,
chamada pelos argentinos de Ituzaingó, ou mais precisamente, falar de um
livro que temos em nossa biblioteca sobre a história da Batalha do Passo do
Rosário, publicado em 1922, 387 páginas, com muitos mapas e fotos de
personagens envolvidos no conflito, escrito pelo General Tasso Fragoso. Sem dúvida, o melhor livro até hoje escrito
sobre aquela batalha, que deu-se em território do Rio Grande do Sul, próximo à
cidade de Rosário do Sul, em 20 de fevereiro de 1827. Não houve vitoriosos, nem foi o fim do
conflito entre o Brasil e as Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina e
Uruguai atuais).
De todo o envolvimento
entre Brasil, Banda Oriental e Províncias Unidas do Rio da Prata, resultou que
a Banda Oriental tornou-se uma nação
independente, em 1828, pelo Tratado de Montevideo, com o nome de República
Oriental do Uruguai.
Capa do livro
Um pouco do autor do livro A Batalha do Passo do Rosário, tirado
do : Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro pós 1930. 2ª ed. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2001:
Augusto Tasso Fragoso nasceu
em São Luís, Maranhão, em 1869 e faleceu no Rio de Janeiro em 1945.
Militar, ainda jovem
travou conhecimento, no Rio de Janeiro, com as idéias positivistas divulgadas
por Benjamin Constant e participou da operação militar que instaurou o regime
republicano no país em 1889. Eleito, contra a sua vontade, deputado à
Assembléia Nacional Constituinte em 1890 pelo Maranhão, renunciou ao mandado
sem tomar parte de qualquer sessão parlamentar.
Em novembro de 1891
recusou o convite do presidente Floriano Peixoto para assumir a Prefeitura do
Distrito Federal. Aceitou, no entanto, a chefia do Departamento de Obras e
Viação Geral daquela prefeitura, exercendo o cargo até o mês de abril do ano
seguinte.
Em 1893, participou da
repressão à Revolta da Armada, que pretendia derrubar o governo de Floriano
Peixoto. Anos depois, em 1908, viajou à Europa como membro do estado-maior do
ministro da Guerra Hermes da Fonseca. Em 1914 foi nomeado chefe da Casa Militar
pelo presidente Venceslau Brás, permanecendo nessa função até 1917. Nesse
período, desempenhou papel importante na implantação do serviço militar
obrigatório e na remodelação do Exército.
Em 1918 chegou ao
generalato. Foi designado, em 1922, para participar dos inquéritos instaurados
pelo governo para apurar responsabilidades sobre o levante do Forte de
Copacabana, que deu início às revoltas tenentistas que marcaram aquela década.
Em novembro desse mesmo ano, foi designado chefe do Estado-Maior do Exército
(EME), onde destacou-se no processo de remodelação do Exército orientada por
uma missão militar francesa. Exonerou-se da chefia do EME em 1929 por discordar
do alijamento do órgão das decisões relativas à reestruturação do ensino
militar no país.
Até então exclusivamente
dedicado à sua carreira profissional e distante das lutas políticas, Tasso
Fragoso recusou convite para participar da Revolução de 1930. O desenrolar dos
fatos favorável aos revolucionários acabou, porém, por fazê-lo aceitar a
sugestão do general Mena Barreto que propunha o seu nome para, na condição de
oficial da ativa mais antigo do país, assumir o comando da operação militar
destinada a afastar o presidente Washington Luís. Em seguida, junto com o
próprio general Mena Barreto e com o contra-almirante Isaías de Noronha, fez
parte da junta governativa que substituiu o presidente deposto e, após certa
relutância, transferiu o poder a Getúlio Vargas, comandante das forças
revolucionárias.
Em março de 1931, voltou
à chefia do EME. Participou, então, do combate à Revolução Constitucionalista
de 1932, mas, por considerar-se alijado das decisões mais importantes dessa
campanha, voltou a demitir-se da chefia daquele órgão. Em abril de 1933, foi
nomeado ministro do Supremo Tribunal Militar (STM), função que exerceu até
1938, quando aposentou-se compulsoriamente por limite de idade.
Morreu no Rio de Janeiro,
em 1945.
Folha de rosto
Autógrafo de Tasso Fragosos
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