quarta-feira, 30 de junho de 2021

 

A história da Capa Ideal ou Capa Renner

Por Dari J. Simi

 

Com esse friozão somente a capa Renner prá suportar o minuano. Para o conhecimento dos amigos, trago aqui um resumo da história da capa Ideal, também chamada de poncho.

 Essa resiste mesmo a todas as intempéries.

  Antônio Jacob Renner, de descendência alemã, quando jovem, foi aprendiz de ourives na joalheria Foernges, e também percorreu as veredas da serra gaúcha como caixeiro viajante por 4 anos. Nessas andanças, percebe a necessidade de mudança no vestuário diante das intempéries climáticas. O tradicional “Poncho” espécie de manta de lã usada pelos viajantes gaúchos, que não garantia o abrigo desejado em tempos de vento e chuva. Seu ideal: desenvolver um abrigo eficiente.

     Já com algumas ideias sobre a necessidade de desenvolver novos produtos, decide abrir em 1911, com outros dois sócios, uma pequena fabrica têxtil em um velho galpão de tropeiros em São Sebastião do Caí.

     Contudo, após o primeiro ano de funcionamento, foi necessário reformular o conceito inicial devido às grandes dificuldades da pequena fábrica, dentre elas o maquinário precário para a época, com teares de madeira. É então que percebe a necessidade de não apenas tecer os fios como também fiar. Surge a primeira inovação da empresa, a aquisição de dois teares mecânicos.

Nesse período A.J. Renner montou um pequeno laboratório para realizar experiências com tinturaria, tecelagem e filtragem, em que tinha como objetivo desenvolver um tecido impermeável. Sua ideia era desenvolver um produto diferenciado e mais eficiente do que o tradicional “Poncho”, algo como uma capa redonda de abotoar na frente, com aberturas laterais para a passagem das mãos, feita de tecido relativamente leve e impermeabilizado, com forro igualmente impermeável nos ombros e nos joelhos, que eram as partes mais expostas à infiltração da água da chuva naquela peça do vestuário gaúcho.

    Adaptou uma máquina de costura em que procurava reproduzir os movimentos realizados durante a cavalgada, colocou também um chuveiro em cima da máquina de costura para observar a penetração da água. A partir desses inúmeros testes desenvolveu a modelagem e o tecido para o que viria a ser um produto revolucionário na vestimenta dos gaúchos, a capa “IDEAL”, que foi oficialmente lançada em 1913.

A partir daí a razão social foi mudada para A.J. RENNER & CIA. Por volta de 1916 a Capa Ideal já estava consolidada no mercado, e foi totalmente adotada pelos gaúchos. No ano de 1977, o grupo Têxtil Vicunha se associou a Renner, e juntos criam a Têxtil RV. A Vicunha fornecia a matéria prima e a Renner fabricava os produtos. A empresa encerrou as atividades com a Capa Ideal em 1994. (Texto adaptado do blog do meu amigo Fogaça)

 










Lindolfo Collor, avô do ex-presidente

 Fernando Collor de Melo





Revolução de 1923, RS





































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