A história da Capa Ideal
ou Capa Renner
Por Dari J. Simi
Com esse friozão
somente a capa Renner prá suportar o minuano. Para o conhecimento dos amigos,
trago aqui um resumo da história da capa Ideal, também chamada de poncho.
Essa resiste mesmo a todas as intempéries.
Antônio Jacob Renner, de
descendência alemã, quando jovem, foi aprendiz de ourives na joalheria
Foernges, e também percorreu as veredas da serra gaúcha como caixeiro viajante
por 4 anos. Nessas andanças, percebe a necessidade de mudança no vestuário
diante das intempéries climáticas. O tradicional “Poncho” espécie de manta de
lã usada pelos viajantes gaúchos, que não garantia o abrigo desejado em tempos
de vento e chuva. Seu ideal: desenvolver um abrigo eficiente.
Já com algumas
ideias sobre a necessidade de desenvolver novos produtos, decide abrir em 1911,
com outros dois sócios, uma pequena fabrica têxtil em um velho galpão de
tropeiros em São Sebastião do Caí.
Contudo, após o
primeiro ano de funcionamento, foi necessário reformular o conceito inicial
devido às grandes dificuldades da pequena fábrica, dentre elas o maquinário
precário para a época, com teares de madeira. É então que percebe a necessidade
de não apenas tecer os fios como também fiar. Surge a primeira inovação da
empresa, a aquisição de dois teares mecânicos.
Nesse período A.J. Renner montou um pequeno laboratório para
realizar experiências com tinturaria, tecelagem e filtragem, em que tinha como
objetivo desenvolver um tecido impermeável. Sua ideia era desenvolver um
produto diferenciado e mais eficiente do que o tradicional “Poncho”, algo como
uma capa redonda de abotoar na frente, com aberturas laterais para a passagem
das mãos, feita de tecido relativamente leve e impermeabilizado, com forro
igualmente impermeável nos ombros e nos joelhos, que eram as partes mais
expostas à infiltração da água da chuva naquela peça do vestuário gaúcho.
Adaptou uma máquina de
costura em que procurava reproduzir os movimentos realizados durante a
cavalgada, colocou também um chuveiro em cima da máquina de costura para
observar a penetração da água. A partir desses inúmeros testes desenvolveu a
modelagem e o tecido para o que viria a ser um produto revolucionário na
vestimenta dos gaúchos, a capa “IDEAL”, que foi oficialmente lançada em 1913.
A partir daí a razão social foi mudada para A.J. RENNER &
CIA. Por volta de 1916 a Capa Ideal já estava consolidada no mercado, e foi
totalmente adotada pelos gaúchos. No ano de 1977, o grupo Têxtil Vicunha se
associou a Renner, e juntos criam a Têxtil RV. A Vicunha fornecia a matéria
prima e a Renner fabricava os produtos. A empresa encerrou as atividades com a
Capa Ideal em 1994. (Texto adaptado do blog do meu amigo Fogaça)
Fernando Collor de Melo
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