segunda-feira, 28 de junho de 2021


A EDITORA VECCHI

Texto de Dari J. Simi

 Ainda está por ser feita uma “História das Editoras Brasileiras”de literatura de massa. Cada volume contaria a história de uma das numerosas editoras que criaram não só o nosso mercado livreiro, mas também a nossa própria literatura.  Nada mais justo do que registrar para a História a atividade humilde e subterrânea daquela meia dúzia de sujeitos idealistas que enfiaram a mão no bolso e custearam a publicação de prosadores desconhecidos e poetas anônimos.
Uma editora pela qual tenho um apreço especial é a Editora Vecchi, fonte inesgotável de livros de aventuras . Ficava à Rua do Resende, nº 144, no Rio de Janeiro, e entre as décadas de 1950-1960 produziu dezenas de títulos. Seu carro-chefe, pelo menos do meu ponto de vista, era a coleção dos romances policiais . Outras coleções também eram muito apreciadas, como, “Os Maiores Êxitos da Tela”, com as obras originais de filmes de sucesso: O corcunda de Notre Dame com Gina Lollobrigida na capa, Anastácia com Ingrid Bergman e Yul Brynner, Sissi com Horst Bucholz e Romy Schneider, além de A Dama das CaméliasManon Lescaut e o Joana D´Arc de Jules Michelet. Tinha também a coleção “Os Audazes”, que publicou inúmeros faroestes dos autores americanos Archie Joscelyn, Johnston McCulley, Max Brand e James Fenimore Cooper. Na mesma coleção , “Os Audazes”, a Vecchi publicou clássicos  romances de aventuras de  Rafael Sabatini (O Cisne Negro) e Mark Twain (As aventuras de Huck), além das vidas de Robin Hood e Buffalo Bill.
Uma das melhores coisas da Vecchi eram as suas artísticas sobrecapas em cores, do pintor Nils. No melhor estilo das capas dos “pulp magazines” americanos, Nils preenchia a capa inteira com ilustrações em cores berrantes, cheias de movimento, com vários rostos e grupos de pessoas em planos superpostos, num estilo celebrizado depois pelo ilustrador Benício. A capa do livro parecia um poster de filme, e era cortada por frases como “Eletrizante aventura de Arsène Lupin”. A Vecchi marcou um período de transição da literatura de massas no Brasil, quando as novelas de entretenimento para consumo popular começaram a migrar das revistas mensais ou quinzenais e de quadrinhos, e a invadir o espaço nobre dos livros. A Vecchi tem uma  história fascinante, que merece e precisa ser contada.

Para ilustrar este artigo, adicionei 4 fotos de livros de minha coleção, todos publicados pela Editora  Vecchi. 












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