JORNAL
O TAQUARYENSE
Texto de Dari J. Simi
Recentemente estive na cidade de Taquari visitando amigos e
aproveitei a oportunidade para conhecer o jornal O Taquaryense. O segundo
jornal mais antigo do Rio Grande do Sul ainda em circulação. E tem mais, é o único
jornal da América Latina que ainda utiliza tipos móveis e impressão do mesmo
sistema, desde quando iniciou em 1887 até os dias de hoje.
O Taquaryense nasceu em 31 de julho de 1887, do sonho de Albertino Saraiva. A primeira edição foi entregue na residência dos taquarienses pelo próprio fundador. Junto com a esposa, Joanna Gomes Saraiva, ele confeccionava o jornal – escrevia, fazia a composição das páginas com o uso dos tipos móveis e colocava-as na prensa. Joanna era responsável por cortá-las e dobrá-las.
Nos dois primeiros anos d’O Taquaryense, a impressão era feita num prelo manual, na oficina gráfica de Tristão de Azevedo Vianna. Por isso, o nome de Tristão consta no cabeçalho das primeiras edições como proprietário do jornal. Após esse período, a família Saraiva adquiriu o prelo de Tristão. Em 1910, este foi substituído pela rotativa Marinoni. Fabricada em Paris, a impressora foi comprada do Correio do Povo e é usada, até hoje, para imprimir o semanário.
O Taquaryense nasceu em 31 de julho de 1887, do sonho de Albertino Saraiva. A primeira edição foi entregue na residência dos taquarienses pelo próprio fundador. Junto com a esposa, Joanna Gomes Saraiva, ele confeccionava o jornal – escrevia, fazia a composição das páginas com o uso dos tipos móveis e colocava-as na prensa. Joanna era responsável por cortá-las e dobrá-las.
Nos dois primeiros anos d’O Taquaryense, a impressão era feita num prelo manual, na oficina gráfica de Tristão de Azevedo Vianna. Por isso, o nome de Tristão consta no cabeçalho das primeiras edições como proprietário do jornal. Após esse período, a família Saraiva adquiriu o prelo de Tristão. Em 1910, este foi substituído pela rotativa Marinoni. Fabricada em Paris, a impressora foi comprada do Correio do Povo e é usada, até hoje, para imprimir o semanário.
Falecido em 1928, o fundador d’O Taquaryense não pôde ver a
rotativa Marinoni deixar de funcionar com o motor a querosene. Anos antes de a
energia elétrica chegar a Taquari – o que ocorreu na década de 1930 –,
Albertino Saraiva sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), enquanto redigia
uma notícia.
Com a morte de Albertino, o jornal passou a ser administrado pelos filhos que, desde criança, auxiliavam o pai na confecção do periódico. Em 1928, Mário Saraiva assumiu como tipógrafo do semanário e Leonel Theodorico Alvim, amigo de Albertino, passou a ser o redator. Irmão de Mário, Plínio Saraiva assumiu como gerente de 1947 a 1990. Também em 1947, Nardy de Farias Alvim (1947-1966), João Carlos Teixeira (1947-1985) e Pery Saraiva (1947-1990) passaram a ser diretores do jornal.
O Taquaryense foi impresso, sem interrupções, desde sua fundação até 1956, quando, devido a uma deficiência visual, Mário ficou impossibilitado de confeccioná-lo. A publicação deixou de ser produzida entre 8 de setembro de 1956 e 13 de janeiro de 1962. Filha de Plínio, Flávia Saraiva Dias conta que outro fator também contribuiu para a interrupção: as máquinas utilizadas para confeccionar o periódico estavam na casa de Mário e sua esposa não as queria mais lá.
O prédio no qual O Taquaryense funciona até hoje, foi construído enquanto o jornal deixou de circular. A construção foi finalizada em 1961 e saiu do papel com o auxílio de amigos da família Saraiva e do então prefeito de Taquari, João Eduardo Bizarro. O semanário voltou à ativa devido aos esforços de João Carlos Bizarro Teixeira, Pery Saraiva, Nardy de Farias Alvim (filho de Leonel Theodorico Alvim) e Plínio Saraiva (tio de Pery e da esposa de João Teixeira).
Com a morte de Albertino, o jornal passou a ser administrado pelos filhos que, desde criança, auxiliavam o pai na confecção do periódico. Em 1928, Mário Saraiva assumiu como tipógrafo do semanário e Leonel Theodorico Alvim, amigo de Albertino, passou a ser o redator. Irmão de Mário, Plínio Saraiva assumiu como gerente de 1947 a 1990. Também em 1947, Nardy de Farias Alvim (1947-1966), João Carlos Teixeira (1947-1985) e Pery Saraiva (1947-1990) passaram a ser diretores do jornal.
O Taquaryense foi impresso, sem interrupções, desde sua fundação até 1956, quando, devido a uma deficiência visual, Mário ficou impossibilitado de confeccioná-lo. A publicação deixou de ser produzida entre 8 de setembro de 1956 e 13 de janeiro de 1962. Filha de Plínio, Flávia Saraiva Dias conta que outro fator também contribuiu para a interrupção: as máquinas utilizadas para confeccionar o periódico estavam na casa de Mário e sua esposa não as queria mais lá.
O prédio no qual O Taquaryense funciona até hoje, foi construído enquanto o jornal deixou de circular. A construção foi finalizada em 1961 e saiu do papel com o auxílio de amigos da família Saraiva e do então prefeito de Taquari, João Eduardo Bizarro. O semanário voltou à ativa devido aos esforços de João Carlos Bizarro Teixeira, Pery Saraiva, Nardy de Farias Alvim (filho de Leonel Theodorico Alvim) e Plínio Saraiva (tio de Pery e da esposa de João Teixeira).
Depois de atuar como gerente por 43 anos, Plínio assumiu como
diretor e editor do jornal em 1990 e permaneceu no posto até 9 de agosto de
2004, quando faleceu, aos 101 anos. No mesmo ano, foi firmada uma parceria
entre O Taquaryense e o Centro Universitário Univates, de Lajeado. Intitulada
Projeto Cultural O Taquaryense, a iniciativa propunha resgatar e preservar o
periódico a partir da recuperação do acervo e das instalações físicas. Além
disso, visava garantir que o veículo preservasse e desse continuidade às formas
originais de produção, edição, impressão e circulação. A instituição de ensino
assumiu financeiramente o semanário entre janeiro de 2005 e dezembro de 2006.
Nesse período, Flávia Saraiva Dias continuou as atividades antes desenvolvidas
pelo pai. Em 16 de abril de 2005, por meio do projeto, O Taquaryense foi
inaugurado como Museu-Vivo de Comunicação.
Com a rescisão do contrato com a Univates, o jornal não circulou no primeiro semestre de 2007. Nesse período, um comitê com representantes da família Saraiva, da indústria e do comércio local articulou a revitalização d’O Taquaryense. Em 28 de julho de 2007, ele voltou a ser entregue aos assinantes.
Com a rescisão do contrato com a Univates, o jornal não circulou no primeiro semestre de 2007. Nesse período, um comitê com representantes da família Saraiva, da indústria e do comércio local articulou a revitalização d’O Taquaryense. Em 28 de julho de 2007, ele voltou a ser entregue aos assinantes.
Em 2010, o Ministério Público e a administração municipal de
Taquari assinaram um Termo de Ajuste de Conduta no qual o prefeito à época, Ivo
Lautert, se comprometeu a fazer o encaminhamento necessário para que O
Taquaryense fosse tombado como patrimônio histórico e cultural do município. A
autoria do inquérito foi da então promotora pública da Comarca de Taquari,
Andrea Almeida Barros.
Em 2013, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) tombou bens móveis e integrados do jornal O Taquaryense. O tombamento incluiu o acervo de edições e os bens relacionados ao processo de produção do semanário.
Em 2013, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (IPHAE) tombou bens móveis e integrados do jornal O Taquaryense. O tombamento incluiu o acervo de edições e os bens relacionados ao processo de produção do semanário.
Frente do jornal
Tipos móveis
Antigo prelo que imprimiu
as primeiras edições do jornal
Impressora Marinoni ainda em atividade
Primeira edição do jornal O Taquaryense
Tipos móveis
Plinio Saraiva, antigo diretor do jornal
Antigo motor a querosene
Primeira máquina de escrever, ainda em atividade
Impressora rotativa Marinoni
Compondo textos para o jornal
Guilhotina
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