PERIÓDICOS EM LÍNGUA
ITALIANA PUBLICADOS NO RIO GRANDE DO SUL
Pesquisa – Dari José Simi
darisimi@gmail.com
O autor deste blog concorda com o uso dos seus textos e imagens, desde que seja informada a autoria.
O autor deste blog concorda com o uso dos seus textos e imagens, desde que seja informada a autoria.
Listamos 58 títulos de periódicos publicados no Rio Grande do Sul em idioma italiano. A
maioria veio a público em Porto Alegre e
tiveram vida efêmera. A pesquisa segue,
pois de muitas publicações ainda não temos muitos dados.
ALMANACCO ITALIANO ILLUSTRATO -
Publicado em Porto Alegre a partir de 1917 por
“La Patria Italo Brasiliana”, jornal
fundado em 1912. Foi seu
diretor Gaetano Blancato. A Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande
do Sul possui coleção quase completa do Almanacco.
BENTO GONÇALVES – ( 1ª fase de 1900 a 1910). Tinha o nome da própria cidade onde foi
fundado, em 2 de setembro de 1900, sob a direção de Francisco Leitão e Julio
Lorenzoni.
Julio Lorenzoni e esposa Josefina
Righesso, em 1913
Foto de autor desconhecido, captada na internet
Julio
Lorenzoni nasceu na Itália em 1864 e emigrou com sua família para o Brasil em
1878, aos 14 anos de idade. De Silveira Martins, para onde fora inicialmente,
já com 20 anos de idade e casado com Josefina Righesso, mudou-se para a então
Colônia Dona Isabel, hoje Bento Gonçalves, onde exerceu vários cargos públicos
e onde ajudou a fundar o jornal “Il Bento Gonçalves.” Deixou escrito um documento de grande valor
para o conhecimento da imigração italiana no Rio Grande do Sul, hoje publicado
sob o título de “Memórias de um imigrante italiano.”
BENTO GONÇALVES – (2ª fase). “Organo degli interessi
coloniali.” Em 1º de janeiro de 1910, na então vila
de Bento Gonçalves, aparece o 1º número do novo semanário o “Bento Gonçalves”,
publicado todos os sábados. Seu objetivo era defender os interesses da
colônia italiana. Sua direção estava a cargo do Dr. Antônio
Casagrande, juiz de direito daquela comarca, que tinha como coadjutores Antônio
S. Amaya de Gusmão, Dr. Constante Gino Battocchio, o padre Saverio Acierno
e como gerente Júlio Lorenzoni.
Inicialmente foi publicado em italiano e português. Impresso na
tipografia de Antônio Lorenzoni.
Conforme informação de Júlio Lorenzoni em suas “Memórias de um imigrante
italiano”, o jornal circulou por três anos sob a direção do Dr. Casagrande,
sendo após vendido, no ano de 1913, para outro jornal italiano.
Jornal do acervo de Dari Simi
Já no
primeiro ano de existência o jornal possuía mais de mil assinantes que o liam
semanalmente. “Nasceu aleijado, como os
críticos logo disseram, esclarece Júlio Lorenzoni, por ser bilíngüe e com dois
cabeçalhos, assim mesmo ele caminhava e projetava-se no campo jornalístico,
para honra e glória deste centro de atividades e trabalho.” (Memórias, p.
228-229).
Dele fazem
referência diversos órgãos da capital e do interior, como o “Correio do Povo”;
o “Jornal do Comércio”; “Stella D’Italia”; “O Brasil”; etc. O Correio do Povo assim se manifesta: “Recebemos o 1º número do “Bento Gonçalves”, que
acaba de aparecer na vila desse nome sob a direção do Sr. A. S. Amaya de Gusmão
e gerência do Sr. Julio Lorenzoni. É um
jornal bem cuidado e que se propõe
defender os interesses coloniais.
Desejamos-lhe prosperidade.” O
jornal “O Pau Bate” também emitiu uma nota comunicando a seus leitores o
surgimento do novo jornal: “Bento
Gonçalves”. É o nome de um bem cuidado jornal que acaba de aparecer em a vila
do mesmo nome, sob a direção do inteligente e estimado promotor público daquela
localidade Sr. Cap. Antonio Gusmão e do Sr. Julio Lorenzoni. O “Bento
Gonçalves” conta com o auxilio intelectual dos Exmos. Srs. Antonio Casagrande,
juiz da Comarca, e do simpático e ilustrado Gino Battocchio, jornalista de
mérito, traquejado na imprensa européia.
Ao novo colega, “O Pau Bate” deseja 49 toneladas de prosperidades.” (Informações
colhidas na página 4 do nº 5, ano I, de o “Bento Gonçalves”, edição de
29.1.1910, exemplar do acervo de Dari Simi).
Na edição de
nº 47 , ano II, de 18.11.1911, o “Bento Gonçalves” publicou o interessante conto
“A nevoa do inverno” de Achylles Porto Alegre.
CITTÁ DI CAXIAS -
Jornal fundado em Caxias do Sul a 4 de janeiro de 1913. Circulou até 27
de dezembro de 1923. Gerente – Emilio Fonini.
Teve vários diretores: Ernesto Scorza, José Buzzoni, Luiz Bancalari,
Hércules Donadio, José Joaquim de Vargas, Benício Dantas , Ulysses Castagna e
Artur de Lavra Pinto (João Spadari Adami – “Caxias do Sul”, p. 208).
Ernesto
Scorza nasceu na Itália e faleceu em Caxias do Sul a 13 de julho de 1916;
Hécules Donadio também era natural da Itália;
José Joaquim de Vargas foi também escrivão da Coletoria Federal de
Caxias do Sul; Huberto Barbieri foi
colaborador do jornal “Cittá di Caxias”.
Foto copiada da internet
CORRIERE CATTOLICO – Jornal fundado em 1891 em Porto
Alegre. Diretores: Clemente Pinto; Guido Carlo Pasini e Adelchi Colnaghi. Colnaghi foi diretor de diversos outros jornais italianos em Porto Alegre.
CORRIERE ITALIANO -
Jornal fundado em 1902 em Porto Alegre por Angelo La Porta. No ano de 1904 o jornal se transforma no XX Settembre com Mario De Candia como redator e direção de Ercole Donadio. Durou até o final de 1905.
D’ARTAGNAN COLONIALE – Jornal fundado em 1915 em Porto
Alegre.
FAVILLA – Jornal fundado em 1906, em Porto Alegre, por Saverio Acierno.
GAZETTA DELLE SIGNORE – Jornal fundado em 1910 em Porto
Alegre.
GIORNALE D’ITALIA -
Jornal fundado em 1925 em Porto
Alegre, com direção de Guido Vecchi e
Benvenuto Crocetta e gerência de Fausto Lucchelli. Benvenuto Crocetta atuou também no jornal
italiano “Stella D’Italia”, fundado em 1902 em Porto Alegre, como
diretor-gerente e mais tarde no jornal “Voce D’Italia”, também de Porto Alegre,
como gerente.
Foto do acervo de Dari Simi
GUAPORENSE (O) – Jornal fundado em 1915 na cidade
de Guaporé.
IL COLONO CAXIENSE. Jornal fundado em Caxias do Sul.
ILCOLONO ITALIANO -
“Bolletino cattolico mensile”. Jornal fundado em Caxias do Sul pelo
padre Pedro Nosadini, cuja circulação foi de janeiro de 1898 até 21 de agosto
de 1898, conforme informação de João Spadari Adami,( op.cit.).
Foto de autor desconhecido, copiada da internet
Foto do acervo do autor do blog Dari Simi
Padre Pedro Nosadini nasceu em Bassano, Itália, em 1862. Emigrou para Caxias do Sul, onde em 1896 assumiu a Paróquia de Santa Teresa. Retornou para a Itália e faleceu no ano de 1899.
IL COLONO ITALIANO – Jornal fundado em 1910 na cidade
de Garibaldi.
Enquanto esteve sob a direção do capuchinho Giovanni Fronchetti, o jornal Il Colono Italiano publicou ferrenhas críticas à política expansionista do Reino da Itália, sobretudo por conta da anexação dos estados papais. O jornal recebeu esse nome em 1910, quando foi assumido por Fronchetti, imigrante austríaco da região de Trento. Até 1909, era editado pelo imigrante italiano e padre diocesano Carmine Fasulo com o nome La Libertà. Quando passou para os capuchinhos, a edição do jornal transferida para a cidade de Garibaldi. Em 1917, foi rebatizado com o nome de La Staffetta Riograndense e, em 1941 (após a proibição do uso de idiomas estrangeiros), foi rebatizado com o nome traduzido, Correio Riograndense.
Enquanto esteve sob a direção do capuchinho Giovanni Fronchetti, o jornal Il Colono Italiano publicou ferrenhas críticas à política expansionista do Reino da Itália, sobretudo por conta da anexação dos estados papais. O jornal recebeu esse nome em 1910, quando foi assumido por Fronchetti, imigrante austríaco da região de Trento. Até 1909, era editado pelo imigrante italiano e padre diocesano Carmine Fasulo com o nome La Libertà. Quando passou para os capuchinhos, a edição do jornal transferida para a cidade de Garibaldi. Em 1917, foi rebatizado com o nome de La Staffetta Riograndense e, em 1941 (após a proibição do uso de idiomas estrangeiros), foi rebatizado com o nome traduzido, Correio Riograndense.
IL COMMERCIO ITALIANO – Jornal fundado em 1892 em Porto
Alegre por Agostino Ferrari.
IL CORRIERE D’ITALIA -
Jornal fundado em 1913 na cidade de Bento Gonçalves.
“Em 1913, “Il Corriere D’Italia”, escrito em italiano,
começou a circular sob orientação do padre Henrico Domenicco Poggi. Tinha 4 páginas e
3.500 assinantes.” (Archymedes Fortini, in “Revivendo o Passado”, Correio do
Povo, Porto Alegre, 23de agosto de 1970).
"Em 1917 o jornal passou ao controle dos padres capuchinhos com o nome de La Staffeta Riograndense e posteriormente mudou o nome para Correio Rio-Grandense, editado em Caxias do Sul." (Jornais raros do Musecom - 1808-1924, p.34)
"Em 1917 o jornal passou ao controle dos padres capuchinhos com o nome de La Staffeta Riograndense e posteriormente mudou o nome para Correio Rio-Grandense, editado em Caxias do Sul." (Jornais raros do Musecom - 1808-1924, p.34)
Foto do acervo de Dari Simi
IL GIORNALE DELL’AGRICOLTORE -
Fundado em Caxias do Sul em 28 de fevereiro de 1934 e circulou até 23 de
março de 1940. Seus diretores foram
Adolfo Randazzo e Caetano Petinelli (João Spadari Adami, op. cit., p.209).
Adolfo
Randazzo nasceu em Cremona, Itália, em 8 de abril de 1899.
“O fascismo
italiano através do periódico “Il Giornale Dell’Agricoltore”, título de um texto de Paulo Afonso Lovera
Marmentini, que afirma ser um jornal que veiculava noticiários agrícolas,
religiosos e políticos, onde o fascismo era o tema principal.
IL PROGRESSO -
Jornal italiano fundado em Porto Alegre em 1897. dirigido por Mario De Candia. Também de pouca duração. Extinto em 1900.
Foto do acervo de Dari Simi
IL TEMPO – Jornal italiano fundado em 1906, em
Porto Alegre, por Giovanni Del Guzzo. De vida curta.
IL TRENTINO -
Jornal italiano fundado em 1915 em Porto Alegre. Circulou entre os anos de 1915 e 1917 em língua italiana, portuguesa e alemã. Órgão da Sociedade Trento-Trieste de Porto Alegre e dos demais Italianos Austríacos residentes na América do Sul” que, sob a direção do médico G. Andreatti, era publicado semanalmente, sempre às quartas-feiras, com três mil exemplares por edição. O público leitor se encontrava nas colônias austríacas (sobretudo tirolesas) desde o Rio Grande do Sul até o Espírito Santo. Os raros exemplares que ainda existem se encontram atualmente no Arquivo Público do Rio Grande do Sul, na seção dedicada às raridades.
O jornal Il Trentino era editado no período correspondente à Primeira Guerra Mundial. Naqueles anos, vários jornais brasileiros divergiam nas opiniões e posicionamentos sobre os países que combatiam. Jornais como Il Colono Italiano, de Garibaldi e a Gazeta do Commercio, de Joinville, demonstravam absoluta simpatia pela Áustria-Hungria e Alemanha, criticando a Itália, a Inglaterra, a França e os Estados Unidos, ao passo que jornais como La città di Caxias, La voce d’Italia, Stella d’Italia e L’unione, todos da Serra Gaúcha, demonstravam simpatia pela Itália e criticavam a Alemanha e a Áustria-Hungria.
Boa parte dos artigos era no idioma italiano e, por isso, o jornal era lido principalmente pelos austríacos de língua italiana (tiroleses, triestinos, gorizianos e friulanos), mas também pelos diretores e redatores dos jornais italianos do RS, que não perdiam a oportunidade de publicar artigos criticando o conteúdo do jornal austríaco.
O jornal Il Trentino era editado no período correspondente à Primeira Guerra Mundial. Naqueles anos, vários jornais brasileiros divergiam nas opiniões e posicionamentos sobre os países que combatiam. Jornais como Il Colono Italiano, de Garibaldi e a Gazeta do Commercio, de Joinville, demonstravam absoluta simpatia pela Áustria-Hungria e Alemanha, criticando a Itália, a Inglaterra, a França e os Estados Unidos, ao passo que jornais como La città di Caxias, La voce d’Italia, Stella d’Italia e L’unione, todos da Serra Gaúcha, demonstravam simpatia pela Itália e criticavam a Alemanha e a Áustria-Hungria.
Boa parte dos artigos era no idioma italiano e, por isso, o jornal era lido principalmente pelos austríacos de língua italiana (tiroleses, triestinos, gorizianos e friulanos), mas também pelos diretores e redatores dos jornais italianos do RS, que não perdiam a oportunidade de publicar artigos criticando o conteúdo do jornal austríaco.
Em português
Em alemão
IL TRIBUNO – “Organo che suona oggi e ... puó
suonare anche in seguito.” Jornal
italiano humorístico fundado em 1927 em Porto Alegre. Direção de Aldo Dieci.
Redação na rua dos Andradas nº 111.
IL VENTI SETTEMBRE - Periodico Instruttivo Settimanale. Órgão de
interesse da colônia italiana. Fundado em 1883 em Pelotas. Sua administração ficava na rua Andrade
Neves, nº 168, Pelotas. Era publicado todos os domingos. De propriedade de
Carlo Cantaluppi (diretor) e Luigi Bianchi.
Em seu
cabeçalho pode-se ler:
“Que suona di Dante Il linguaggio
“Que suona di Dante Il linguaggio
Di discordia
mai più si favelli
Italiani,
sian tutti fratelli
E l’Italia una
sola città.
L’amore e
l’orgoglio nazionale
Non ci
spinga a spregiare gli atri popoli.”
ITALIA -
Organo del Comitato “Pro Patria” di Porto Alegre. Fundado em Porto Alegre em 1915. Não consta
no cabeçalho nomes de diretores ou redatores. Oficina e tipografia na rua Dr.
Flores, nº 70.
LA COLONIA ITALIANA - Organo degli interessi degli italiani nella
Provincia di S. Pedro do Rio Grande do Sul.
Unione e fratellanza (União e fraternidade). São frases existentes no cabeçalho do jornal.
Publicado aos domingos desde 1885 em Porto Alegre. Sua redação e administração localizava-se na
rua dos Andradas, nº 138. A
administração do jornal estava a cargo de F. Canessa. Formato standard de 4 páginas.
LA COMETA - Jornal fundado em Porto Alegre em 1902 e dirigido por Angelo La Porta, o mesmo diretor do jornal Corriere Italiano.
LA FRUSTA - Jornal em língua italiana publicado em Porto
Alegre em 1906, por Carlo Lombardi. De vida curta.
L'AGRICOLTORE - Periodico settimanale di viticoltura, enologia e agricoltura pratica. Editado em Nova Trento, RS a partir do ano de 1914. Seu objetivo era o de orientar os colonos italianos nas práticas agrícolas.
L'AGRICOLTORE - Periodico settimanale di viticoltura, enologia e agricoltura pratica. Editado em Nova Trento, RS a partir do ano de 1914. Seu objetivo era o de orientar os colonos italianos nas práticas agrícolas.
LA LIBERTÁ – Jornal fundado em Caxias do Sul a
13 de fevereiro de 1909 por Dom Cármene Fasulo.
Circulou em Caxias do Sul até 11 de dezembro de 1909, sendo logo
transferido para Garibaldi, onde circulou com os nomes de “La Staffeta Rio
Grandense” e “Il Colono Italiano.
Retornou para Caxias do Sul em setembro de 1952, onde circula até hoje
com o nome de “Correio Rio-Grandense”, em português. O “Correio Rio-Grandense” teve inicialmente a
direção do Dr. Adelar dos Santos Vicenzi.
O padre
Cármine Fasulo nasceu na Itália e foi vigário por muitos anos em Caxias do Sul.
Correio Riograndense
Criado por Dom Carmine Fasulo, em 13 de fevereiro de 1909, o
jornal La Libertà corria o risco de encerrar suas atividades já em 1910. Por
isso, segundo Elvo Clemente e Maura Ungaretti (1993, p. 36), “para manter os
católicos na boa leitura”, as atividades do periódico foram transportadas para
Garibaldi, onde passou a ser impresso com um novo nome: Il Colono Italiano.
Essa denominação foi utilizada até 5 de junho de 1917, quando os padres da
Ordem dos Capuchinhos assumiram a edição e alteraram o nome para La Stafetta
Riograndense. Nos anos seguintes, o periódico tornou-se uma das principais
publicações da encosta nordeste do Rio Grande do Sul. Durante o período que
antecedeu a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, de acordo com Pozenato
e Giron (2004, p. 89): a região colonial, que vinha sendo assimilada com
relativa tranquilidade, tornou-se um foco de “italianidade”, sob o influxo das
circunstâncias e da ação política italianas. O incremento das escolas italianas
e dos periódicos em língua italiana foi acompanhado sem nenhuma reação aparente
do governo brasileiro, que comungava das mesmas ideias nacionalistas e
autoritárias de Mussolini e que era também seu sócio comercial. Entretanto, a
entrada do Brasil no conflito e o rompimento das relações políticas e
comerciais com os países do Eixo, em 1942, teve implicações diretas no sistema
cultural da RCI. As línguas estrangeiras e seus dialetos foram proibidos em
todos os âmbitos, obrigando os jornais a mudarem seus nomes, extinguirem seções
em outros idiomas e publicarem somente em português. Dessa forma, o La Stafetta
Riograndense passou a chamar-se Correio Riograndense. Mas não foi somente o
nome da publicação que sofreu modificações. As alterações também atingiram sua
política editorial. Conforme Pozenato e Giron: Antes de 1941, defendia de forma
ferrenha o fascismo italiano [...]. Com a entrada do Brasil na guerra de 1942,
o jornal passou a defender o Estado Novo e as ações empreendidas por Vargas. As
mudanças, porém, não foram tão profundas, pois continuou a defender o Estado
Forte. Apenas foi mudado o nome a ser louvado: Mussolini foi substituído por
Vargas. O grande inimigo dos editores do Correio Riograndense desde 1922 era o
comunismo, materialista e ateu. A luta contra o comunismo também era a bandeira
defendida por Vargas, a partir da Intentona Comunista de 1935. As relações
entre os capuchinhos e a ditadura brasileira não poderiam ser melhores. Nunca
foi cortada a cota de papel-jornal destinada à publicação desse periódico (POZENATO;
GIRON, 2004, p. 97). Após o fim da guerra, o Correio Riograndense voltou a
publicar algumas seções em italiano, visto que a maior parte de seus leitores
era morador da região rural e mantinha a preferência pela língua italiana e
seus dialetos. Com o aumento das vendas durante a guerra, bem como nos anos
subsequentes, os padres capuchinhos iniciaram, entre os leitores do periódico,
uma campanha de arrecadação de fundos para a construção de um parque gráfico em
Caxias do Sul. Para Pozenato e Giron (2004, p. 97), a cidade de “Garibaldi
tornara-se pequena para as novas proporções do jornal.” Com o passar dos anos,
o Correio Riograndense mudou graficamente e modernizou-se, sem esquecer de suas
raízes religiosas e de sua inserção na zona rural. Em 8 de fevereiro de 2017,
prestes a completar 108 anos desde a primeira edição do La Libertà, ocorreu
mais uma grande mudança: o Correio Riograndense encerrou a versão impressa do
periódico, optando por permanecer somente no ambiente virtual. Apesar da
mudança radical, a essência católica e rural permaneceu, mais uma vez,
inalterada.
LA LIGURIA - Jornal italiano publicado em Porto Alegre a
partir de 1884.
LA NUOVA ITALIA – “Voce della collettivitá italiana del Rio Grande do Sul.”
Fundado em Porto Alegre no ano de 1933 sob a direção e regência de Luigi
Galvanoni, que mais tarde passou para Francesco Alioti. Sua redação e administração situavam-se na
rua 7 de Setembro, nº 729 e rua do Andradas, nº 800 em Porto Alegre. Tinha
formato standard com 10 páginas.
Foto do acervo do autor do blog Dari Simi
LA PATRIA – Jornal em língua italiana fundado na
cidade de Rio Grande no ano de 1904. De curta duração.
LA PATRIA ITALIANA – Jornal fundado em 1897 em Porto
Alegre.
LA PATRIA ITALO-BRASILIANA - “Giornale settimanale indipendente.” Fundado
em Porto Alegre em 1912 sob a direção de Vincenzo Blancato, que depois passou a direção para Gaetano Blancato. A direção e
administração ficava na rua dos Andradas, nº 275, em Porto Alegre. Formato
standard de 4 páginas. O jornal editou o "Almanacco italiano illustrato de giornale La Patria", sob a direção de Gaetano Blancato. Não sabemos quantas edições foram publicadas do "Almanacco..." Vi apenas as edições de 1917/18/19/20/21/22/24/25/26/30.
Diretor e proprietário do jornal
La Patria Italo-Brasiliana
La Patria Italo-Brasiliana
L’ARALDO COLONIALE - Jornal fundado em 1913, em Porto Alegre, por Adolfo D'Agostoni. Durou apenas um ano.
LA SCINTILLA – Jornal fundado em Porto Alegre em
1896 por Rocco Ferraro e Vitola.
LA STAFFETTA RIO-GRANDENSE - “Settimanale Cattolico della Colonia.” Órgão fundado em Caxias do Sul a 13 de
fevereiro de 1909 por Dom Cármine Fasulo, vigário daquela cidade, com o nome de
“La Libertá”. Funcionou até 11 de
dezembro de 1909. Mais tarde (1910?) foi transferido para Garibaldi onde teve seu nome
trocado para “Il Colono Italiano” e depois voltou para “La Staffetta
Rio-Grandense.” O mesmo jornal retornou
para Caxias do Sul em 1952, e passou a ser editado em português, com o
nome de “Correio Rio-Grandense.” Em Garibaldi teve como gerente José
Lorenzi
Ver Il Corriere d'Italia.
Teve formatos tablóide e standard.
Ver Il Corriere d'Italia.
Teve formatos tablóide e standard.
A famosa
obra de Aquiles Bernardi (Frei Paulino de Caxias), “Storia de Nanetto Pipetta (nasuo in Italia e vegnudo
in Mérica per catare la cucagna) teve sua primeira versão, dada à estampa nas
páginas do jornal “Staffetta Rio-Grandense”, entre 1924 e 1926. Seguiram-se outras edições do Nanetto Pipetta, publicadas em
livros: 2ª em 1937; 3ª em 1956, em Caxias do Sul, Editora São Miguel; 4ª em
1975; 5ª em 1976; 6ª em 1978, em co-edição UCS/EST. (Guilhermino Cesar –
“Nanetto Pipeta”, in “Caderno de Sábado”, nº 542, p.3, Correio do Povo, 4.11.1978).
LA VERITÁ - Jornal publicado em 1902, em Porto Alegre, por Arduino Lippi. De pouca duração.
LA VOCE DEL COLONO - Jornal publicado em 1924, em Alfredo Chaves,
atual Veranópolis.
LA VOCE DEL COLONO - Jornal publicado em 1927, em Palmeira via
Santa Bárbara.
LA VOCE DELLA VERITÁ - Jornal publicado em 1898, em Porto Alegre.
LA VOCE D’ITALIA - “Organo della collettivitá italiana del Rio Grande del Sud.” Fundado em 1935, em
Porto Alegre. Direção de Angelo GAttoni.
Redação e administração na rua 7 de Setembro, nº 1158, Porto Alegre.
Foto do acervo do autor do blog Dari Simi
LA VOCE D’ITALIA – Fundado em 1975, em
Porto Alegre.
L’AVVENIRE -
Órgão fundado em Porto Alegre, em 1892, pelos irmãos Giannini. Diretor: Colombo Leoni. Durou poucos meses.
L’ECO DELLE COLONIE – Fundado em 1892, em Porto Alegre por Carlo Dell'Apa. De vida efêmera.
L’ITALIA – Órgão fundado em 1895, em Porto
Alegre. Redatores: Cesare Pelli; Arzani e Carlo Dell'Apa. Durou poucos meses.
L’ITALIANO – Órgão fundado em 1890, em Porto
Alegre. De propriedade dos irmãos Marsicano. Diretor: Cesare Pelli.
LO PASCOALINO – Jornal fundado em 1929, em Porto
Alegre.
L’OPERARIO ITALIANO – Jornal fundado em 1899, em Porto
Alegre.
L’UNIONE -
“Organo della collettivitá Italo-Riograndense.” Propriedade de S. A. Gráfica Italiana. Direção, administração e oficina na rua
General Victorino, nº 319, Porto Alegre. Formato standard, de 12 páginas.
Foto do acervo do autor do blog Dari Simi
NOVA ITALIA – Fundado em 1924, em Porto Alegre, por F. Perrone.
PÁGINAS ISOSTENICAS - Revista mensal fundada em 1919, em Porto Alegre, por Attila Moriconi. Redigida em italiano e português. Attila Moriconi foi colaborador, por muitos anos, do jornal "Correio do Povo", de Porto Alegre.
PATRIA NUOVA -
“Giornale Italo-Brasiliano Indipendente, Político, Litterario,
Notizioso.” Fundado em Porto Alegre, em
1923. Diretor e proprietário: Francesco
A. Perrone. Redação e administração na rua dos Andradas, nº 315 B, Porto
Alegre. Formato standard de 4 páginas.
RIVISTA ITALO-BRASILIANA – Órgão publicado em 1922, em Pelotas. Durou pouco tempo.
STAFFETA RIOGRANDENSE - Ver La Staffeta Riograndense
STELLA D’ITALIA – “Gazzetta bisettimanale
indipendente, premiata alle Esposizioni Milano 1906 e Torino – Roma 1911.” Fundado em Porto Alegre, em 1902. Diretor
proprietário: Adelchi Colnaghi. Editor-gerente: Benvenuto Crocetta, o mesmo que
atuou no “Giornale D’Italia.” Formato standard. Durou 23 anos.
STAFFETA RIOGRANDENSE - Ver La Staffeta Riograndense
Foto tirada da Internet
Foto do acervo do autor do blog Dari Simi
TRIBUNA D’ITALIA – “Giornale degli italiani nel Rio
Grande do Sul.” Fundado em 1925, em
Porto Alegre. Propriedade de Comelli, Aliprandi e Cia. Sub-gerente Fausto Lucchelli. Direção de E. Aliprandi e C. Comelli. Redação e administração na rua dos Andradas,
nº 317, Porto Alegre. Formato standard.
A “Tribuna D’italia” possuía um “Supplemento umorístico della Tribuna
D’Italia,” com o título “Il Tribuno”,
publicado semanalmente, com 4 páginas, no formato tablóide. Junto ao título pode-se ler: “Ano disastroso, Porto Alegre, epoca
presente, num. qualunque. Redazione:
Nella strada. Amministrazione:
Fallita. Direttrice: Sora
Geltrude. Gerente responsabile: Suo marito. Figlio legitimo della... própria
madre. Settimanale che sorte una volta
al mese.”
XX SETTEMBRE -
Jornal publicado em Porto Alegre, em 1904, sob a direção de Ercole Donadio e redação de Mario De Candia. Extinto no final do ano de 1905. (Ver o jornal Corriere Italiano, nome anterior do XX Settembre)
Ercole Donadio foi professor elementar na escola então mantida pela Sociedade Italiana de Beneficência e Instrução Umberto I, de Porto Alegre (Klaus Becker - Enciclopédia Rio-grandense, vol. 2, p.288).
Ercole Donadio foi professor elementar na escola então mantida pela Sociedade Italiana de Beneficência e Instrução Umberto I, de Porto Alegre (Klaus Becker - Enciclopédia Rio-grandense, vol. 2, p.288).
VITA COLONIALE – Jornal publicado em Porto Alegre,
em 1927.
VOCE D’ITALIA -
Organo della collettivitá italiane dello
Stato di Rio Grande do Sul.”
Fundado em 1928, em Porto Alegre.
Redator: Ferraro Marcelli.
Gerente: Benvenuto Crocetta, o mesmo do Stella D’Italia. Sua redação e administração ficava no Centro
da Boa Imprensa. Formato standard, de 6 páginas.
FONTES DE PESQUISA:
*Adami, João
Spadari – História de Caxias do Sul, vol. I, Caxias do Sul, 1962.
*Biblioteca
Pública do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
*Becker, Klaus - Enciclopédia Rio-grandense, vol.2, Canoas:Edit. Regional, 1956
*Becker, Klaus - Enciclopédia Rio-grandense, vol.2, Canoas:Edit. Regional, 1956
*Coleção
particular de jornais do autor do blog, Dari José Simi
*Cinquantenario della colonizzazione italiana nel Rio Grande del Sud. Porto Alegre:Globo, 1925, 1ª parte, p.444-447.
*Cinquantenario della colonizzazione italiana nel Rio Grande del Sud. Porto Alegre:Globo, 1925, 1ª parte, p.444-447.
*Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, Porto Alegre
*Jornal
“Correio do Povo”, Porto Alegre
*Lorenzoni,
Julio - Memórias de um imigrante
italiano. Porto Alegre:Sulina, 1975.
*Marmentini,
Paulo Afonso Lovera - O fascismo italiano através do periódico “Il Giornale
Dell’Agricoltore”. Anais do XI Encontro
Estadual de História, Unisinos, p. 862-868.
*Museu da
Comunicação Social Hipólito José da Costa, Porto Alegre.
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